Notícia

13/05/2009

Setor de TI aponta falta de mão-de-obra qualificada


Déficit de profissionais da área chega a 100 mil trabalhadores. Demanda por profissionais cresce 6,5% ao ano, mas oferta avança apenas 4%


Indiferente à crise econômica mundial, o setor da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) cresce fortemente no país. A expansão é tamanha que gera uma complicação de outra ordem: a falta de profissionais qualificados para atuar na área.


Déficit de profissionais da área chega a 100 mil trabalhadores. Demanda por profissionais cresce 6,5% ao ano, mas oferta avança apenas 4%


Indiferente à crise econômica mundial, o setor da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) cresce fortemente no país. A expansão é tamanha que gera uma complicação de outra ordem: a falta de profissionais qualificados para atuar na área.
 
 

Segundo números de um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom), no fim de 2008 o déficit de trabalhadores chegou a 100 mil.
Ou seja, está difícil encontrar mão-de-obra capacitada para trabalhar em um setor que emprega 1,8 milhão de pessoas e que tem média salarial bem acima da nacional – cerca de R$ 2,2 mil, contra R$ 1,2 mil na média.
É o que acontece com a empresa curitibana Rhealeza Informática, que presta serviços de TI para companhias de todo o país. Hoje com mais de 500 funcionários distribuídos em 14 estados, e sedes de produção no Rio de Janeiro e São Paulo, a empresa enfrenta certas dificuldades para o preenchimento de vagas em todo o território nacional, conta o diretor de serviços de infra-estrutura, Lincoln Demario. “Nosso foco é bem pontual. Trabalhamos basicamente com infra-estrutura. Precisamos de profissionais com conhecimentos básicos para dar suporte técnico local para empresas. Mesmo assim temos dificuldades para achá-los”, completa.
Apesar de ter atingido tal proporção, o problema não é novo e vem crescendo há anos. Em 2005, o déficit era de 27 mil vagas. De lá para cá, ainda de acordo com a Brasscom, a demanda por trabalhadores cresceu 6,5% ao ano, enquanto a oferta aumentou apenas 4% ao ano. Portanto, o país forma menos profissionais do que o necessário para abastecer o mercado. E as projeções futuras apontam para a continuidade dessa disparidade. De acordo com estimativas, seriam criadas mais 40 mil vagas somente em 2009. No acumulado até 2011, o país teria a necessidade de mais 100 mil profissionais.
Segundo o diretor-executivo da Brasscom, Sérgio Sgobbi, para tentar resolver essas questões são necessárias ações de curto e médio prazos. Um dos caminhos para isso é o trabalho em parceria com os governos federal e estaduais para que se desenvolvam políticas públicas para criação de mão-de-obra na área. “Uma dessas ações está sendo desenvolvida justamente pela Brasscom, que deve entregar ao Ministério do Trabalho ainda nesta semana um plano setorial de qualificação em TI, que vai levar treinamento básico para mais de 10 mil pessoas em 43 cidades do país”, conta Sgobbi. No Paraná, o plano prevê que Curitiba seja contemplada com 600 vagas para treinamento, Maringá com 400 e Londrina com 110.
Outra forma seria aumentar o diálogo entre as empresas e as universidades, avalia o diretor de novos negócios da Agência PUC, Paulo Maranhão Faria. “A universidade e a empresa brasileira sempre estiveram muito distantes. Hoje há um descompasso entre o que mercado de trabalho precisa e o que sai das instituições de ensino. Se houvesse cooperação desde o início, a situação não chegaria onde chegou”, explica.

Ranking

Curitiba é a 4ª do país com maior procura

Somente em 2008 foram criados mais de 33 mil vagas no setor de TI em todo o país, segundo dados da Brasscom. No ranking das cidades que mais abriram postos de trabalho, Curitiba fica em 4º lugar, com 1,7 mil vagas, atrás da Grande São Paulo (15 mil), Brasília (6 mil) e Rio de Janeiro (3,1 mil). Portanto, essas quatro cidades concentraram 80% do total da demanda no ano passado.
A colocação de Curitiba como uma das grandes tem suas razões. De acordo com o diretor-executivo da Brasscom, Sérgio Sgobbi, das 10 maiores empresas que exportam tecnologia no país, três estão na capital paranaense. “Estar entre as 10 mais bem colocadas nesse ranking indica que essas empresas têm competência, mão-de-obra e demanda nos locais onde estão. E isso vai crescer ainda mais”, diz.
Para o coordenador do curso de Sistemas de Informação da Universidade Positivo, Francisco Kantek Navarro, a situação da falta de mão-de-obra na cidade existe como em todo o país. Mas muito mais em razão dessa alta demanda provocada por essas empresas do que pela falta de formação de profissionais. “Curitiba estava preparada para esse crescimento, mas com a instalação das grandes empresas a expansão foi muito maior do que a esperada. As instituições de ensino não estão vencendo formar profissionais, pois não se qualificam pessoas para atuar nesse ramo em 15 dias. É necessário tempo”, explica. (LCJ)


Fonte: Jornal Gazeta do Povo (Curitiba-Pr)


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