Notícia

29/07/2018

Custo da cesta básica aumenta pelo segundo mês consecutivo

Em junho, houve elevação do valor do conjunto de alimentos essenciais em 15 capitais, como indicam os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). As altas mais expressivas foram registradas em Cuiabá (7,54%), Recife (5,82%), Curitiba (3,84%), Belém (3,83%) e Porto Alegre (3,45%). 

As reduções ocorreram apenas em Campo Grande (-4,51%), Florianópolis (-3,70%), Belo Horizonte (-0,32%), Goiânia (-0,23%) e Rio de Janeiro (-0,10%). A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 452,81), seguida de São Paulo (R$ 451,63), Rio de Janeiro (R$ 445,58) e Cuiabá (R$ 425,32) 1 . Os menores valores foram observados em Salvador (R$ 333,00) e Aracaju (R$ 349,55). Em 12 meses, entre junho de 2017 e 2018, os preços da cesta caíram em 13 cidades, com destaque para Goiânia (-6,23%), João Pessoa (-5,40%) e Salvador (-4,92%). As altas foram registradas em sete capitais e as principais são as de Cuiabá (7,61%) e Rio de Janeiro (6,00%). No primeiro semestre de 2018, todas as capitais acumularam aumentos, com variações entre 1,42%, em Goiânia, e 12,90%, em Cuiabá. Com base na cesta mais cara, que, em junho, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em junho de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.804,06, ou 3,99 vezes o salário mínimo nacional, de R$ 954,00. Em maio, tinha sido estimado em R$ 3.747,10, ou 3,93 vezes o piso mínimo do país. Em junho de 2017, o mínimo necessário era equivalente a R$ 3.727,19, ou 3,98 vezes o salário mínimo nacional daquele ano, correspondente a R$ 937,00.

Cesta básica x salário mínimo                  

Em junho de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 89 horas e 56 minutos. Em maio de 2018, a jornada necessária foi de 88 horas e 34 minutos. Em junho de 2017, o tempo necessário era de 90 horas e 43 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em junho, 44,43% do salário mínimo líquido para adquirir os mesmos produtos que, em maio, demandavam 43,75% e, em junho de 2017, exigiam 44,83%.

Comportamento dos preços2

Entre maio e junho de 2018, houve aumento nos preços do leite integral, da carne bovina de primeira, do feijão, da farinha de trigo, do óleo de soja e açúcar. O preço do leite integral subiu em todas as capitais, com variação entre 2,34%, em Belém, e 18,01%, em Curitiba. Em 12 meses, houve aumento no valor médio do leite em 16 capitais, com destaque para Campo Grande (16,81%), Curitiba (15,89%) e Belo Horizonte (14,38%). As reduções foram anotadas em Goiânia (-10,93%), Belém (-4,78%), Aracaju (-2,42%) e Fortaleza (-0,75%). A alta demanda e a baixa oferta do leite elevaram o preço do produto e dos derivados. O quilo da carne bovina de primeira aumentou em 18 capitais, entre maio e junho. As altas oscilaram entre 0,27%, em Goiânia, e 8,07%, no Rio de Janeiro. As diminuições ocorreram em Aracaju (-0,58%) e Florianópolis (-0,48%). Em 12 meses, foram registradas quedas em cinco cidades: Goiânia (-4,69%), João Pessoa (-2,42%), Fortaleza (-2,30%) Manaus (-0,74%) e Campo Grande (-0,25%). A elevação do volume de carne exportada e o maior abate de novilhos (carne de melhor qualidade) explicam a alta do quilo da carne no varejo.

O preço do feijão aumentou em 16 cidades entre maio e junho. O valor do tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, subiu em quase todas as capitais, exceto em Manaus (-8,49%), Campo Grande (-2,85%) e Goiânia (-1,92%). As altas de maior destaque foram observadas em Brasília (8,78%), Salvador (6,72%) e Belo Horizonte (5,46%). Também o preço do feijão preto registrou elevação em todas as cidades, exceto em Porto Alegre (-3,37%): Florianópolis (2,13%), Rio de Janeiro (2,92%), Curitiba (3,11%) e Vitória (9,68%). Já em 12 meses, o valor do grão carioquinha recuou em todas as cidades pesquisadas: as taxas variaram entre -51,32%, em Belém, e -29,71%, em Manaus. O tipo preto, em 12 meses, também registrou redução de valor em todas as localidades onde é pesquisado: Porto Alegre (-23,61%), Florianópolis (-16,38%), Rio de Janeiro (-12,02%), Vitória (-11,50%) e Curitiba (-10,76%). Apesar da oferta de grãos, a valorização forte do dólar e a demanda firme elevaram o preço do grão no varejo. A farinha de trigo, pesquisada também na região Centro-Sul, apresentou alta em 10 cidades, exceto em Florianópolis (-0,69%). Os aumentos oscilaram entre 0,25%, em Belo Horizonte, e 19,50%, em Vitória. Em 12 meses, as taxas negativas ocorreram no Rio de Janeiro (-9,40%), Brasília (-4,55%), São Paulo (-2,34%), Belo Horizonte (-2,16%), Goiânia (-0,91%) e Campo Grande (-0,77%). Os aumentos acumulados mais expressivos foram registrados em Vitória (14,11%), Porto Alegre (9,60%) e Curitiba (6,45%). O preço do óleo de soja aumentou em 15 cidades, ficou estável em São Paulo, Natal e São Luís e caiu em Florianópolis (-0,84%) e Goiânia (-0,38%). As altas variaram entre 0,27%, em Manaus, e 5,71%, no Rio de Janeiro. Em 12 meses, a taxa acumulou retração em 17 capitais, com destaque para Goiânia (-17,87%) e Aracaju (-13,97%). As altas foram anotadas em Curitiba (2,37%), Belo Horizonte (3,21%) e Vitória (4,66%). A valorização cambial e a forte demanda externa e interna pelo grão explicaram a elevação do preço do óleo de soja no varejo. O preço do açúcar teve alta em 14 capitais em junho, ficou estável em Goiânia e diminuiu em Florianópolis (-10,91%), Manaus (-5,94%), Belém (-2,48%), Fortaleza (-1,46%) e João Pessoa (-0,99%). Os aumentos oscilaram entre 0,97%, em Aracaju, e 7,64%, em Vitória. Em 12 meses, o valor médio caiu em todas as capitais, com oscilação entre -31,96%, em Goiânia, e -16,38%, em São Paulo. Apesar do período de safra, os usineiros pressionaram pela elevação do preço do produto, o que se refletiu no varejo.

São Paulo O custo do conjunto dos alimentos básicos na cidade de São Paulo foi de R$ 451,63 em junho, com alta de 2,37% em relação a maio. O município apresentou o segundo maior valor para o conjunto básico de alimentos entre os 20 pesquisados pelo DIEESE. Em 12 meses, a variação anual foi de 2,27% e, no primeiro semestre de 2018, de 6,43%. Entre maio e junho de 2018, houve alta no valor médio de 11 produtos: leite integral (15,34%), açúcar refinado (7,14%), farinha de trigo (6,25%), carne bovina de primeira (4,06%), pão francês (3,71%), arroz agulhinha (3,20%), feijão carioquinha (2,88%), batata (1,83%), manteiga (1,83%), café em pó (0,24%) e banana (0,17%). O valor do óleo de soja não se alterou e houve diminuição no preço médio do tomate (-9,48%), Em 12 meses, seis produtos tiveram alta acumulada: tomate (13,96%), leite integral, (12,04%), manteiga (9,18%), pão francês (7,71%), carne bovina de primeira (3,75%) e batata (3,18%). Os outros sete itens apresentaram redução: feijão carioquinha (-35,65%), açúcar refinado (-16,38%), café em pó (-5,14%), farinha de trigo (-2,34%), arroz agulhinha (-2,03%), óleo de soja (-1,73%) e banana (-0,80%), O trabalhador paulistano cuja remuneração equivale ao salário mínimo precisou cumprir jornada de trabalho, em junho, de 104 horas e 09 minutos, maior do que a de maio, 101 horas e 44 minutos. Em junho de 2017, a jornada era de 103 horas e 41 minutos. Em junho de 2018, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 51,46% do salário mínimo líquido (após os descontos previdenciários). Em maio, o percentual exigido era de 50,26% e, em junho de 2017, de 51,23%.

Fonte: DIEESE

 

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